quarta-feira, 1 de julho de 2009

Crónicas da Revelação - Capítulo III

Aparentemente, toda Aernet estava calma, À espera da decisão de Liurath, mas as fadas., por dentro, ainda sentiam a chama da revolta contra o Rei. Sem ninguém notar, reuniam-se todos os dias, arquitectando a sua vingança.
Um dia, numa das suas reuniões, as fadas acharam o plano perfeito: roubar a fonte do grande poder do Rei – o ceptro, toda a sua fonte de poder. Agora, bastava saber como chegariam até ele.
***
As fadas esperavam impacientemente aos portões do Palácio pela decisão de Liurath. Todos os deuses estavam num dos lados dos portões, com Liurath no lado oposto.
- Está um lindo dia, não está? – disse Liurath, de repente. As fadas entreolharam-se. – Oh, bem, vamos directos ao assunto. A decisão está tomada: o Rei, embora continue a possuir o ceptro… – uma onda de fúria tomou as fadas: então ele ia continuar com o poder. - …abdicará do trono, sendo o novo governante o legítimo herdeiro, o príncipe Johrry, auxiliado pela Deusa da Esperança.
Os portões abriram-se, deixando passar o Rei e Johrry, um menino de 6 anos, com olhos verdes e cabelos castanhos tão escuros que pareciam pretos. Então, Lordgok disse:
- Eu concordo com a decisão tomada pelo meu irmão, e vim anunciar que abdicarei do trono agora, deixando-o ao cuidado do meu amado filho.
Dito isto, tirou a coroa e lançou-a para o chão. Então, duas fadas voaram por cima do Rei, gritando:
- Discurso! Discurso! Discurso!
Quando ele ia começar a falar, foi logo interrompido por uma terceira fada que começou a fazer uma série de perguntas. Quando esta começou a falar, uma outra fada, mascarada e completamente vestida de azul para ninguém reparar nela, dirigiu-se para o Rei tão rápido como um relâmpago, arrancou-lhe o ceptro da mão e fugiu para o Limite. Aí, atirou o ceptro para os domínios do Povo Sagrado dos elfos, pois sabia que este não usurparia do poder.
O Rei continuava parado aos portões do Palácio, com um ar completamente atónito, mas rapidamente recuperou, e admitiu:
- Eu mereço isto, pois o que fiz não tem perdão. Acho que o melhor que tenho a fazer é aceitar o meu exílio nas terras élficas, pois assim não poderei interferir nos assuntos de Aernet e não causarei mais nenhum dano a ninguém.
E, sem mais delongo, partiu.
Aparentemente, a partida do Rei poria fim à revolta, e questão estaria resolvida. Não era a primeira vez que o Rei era forçado a partir de Aernet devido à vontade de outros deuses. Mas desta vez, nenhuma previsão de nenhum deus conseguiu chegar nem perto da sequência de acontecimentos que se seguiriam ao exílio.